24 de outubro de 2009

Lua





Me lembro como se fosse hoje
Seu cabelo belo, negro e suave como seda
Sendo espalhado pelo ar
Seu rosto, como sempre belo, causava meu desejo
Com olhos que me atraíam fatalmente
Que me perseguiam
Que sabiam de meu desejo
Brilhantes pela luz da Lua
Lua que presenciou o crime
Apenas a Lua
Lua que não podia gritar por mim
Lua que já deve ter presenciado esse crime mil vezes
Lua que por séculos eu vejo
Aquela Lua que me viu
E não me ajudou
Lua que hoje vê a mim cometendo o mesmo crime
Lua que não te ajudará também, minha criança.

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